Desejo por doces


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Hoje estou aqui para falar sobre um problema crônico que persegue a maioria dos gordinhos e gordinhas. O desejo por doces! Salvo raras exceções, somos todos grandes formigões, não é mesmo? Mas como livrar-se desse problema que tanto atrapalha o processo de emagrecimento?


Quando a pessoa começa uma reeducação alimentar ou uma dieta, não demora muito e aparece alguém dizendo "quando você quiser um doce come uma fruta". Ahhh pára! Vamos combinar! Desde quando comer uma banana mata a vontade um chocolate? Isso é papo de gente magra! Sempre fiquei indignada com essa recomendação de todos os nutricionistas, mas não posso negar que sempre fiquei intrigada também. Como é que existe gente que efetivamente faz isso? Como eles conseguem? Hmmmm...

Uma das primeiras coisas que aprendi na faculdade de engenharia anos atrás foi que tudo depende do referencial. Isso quer dizer que, para classificar algo, estamos sempre comparando com alguma outra coisa. Por exemplo, podemos dizer que um saco de 10 kg de batatas é pesado quando comparado ao peso que costumamos carregar na bolsa diariamente. Mas o mesmo saco de 10 kg de batatas é considerado levíssimo quando comparado às cargas que um guindaste movimenta todos os dias. Tudo depende do referencial.

Mas o que isso tem a ver com alimentação e emagrecimento? A questão é que a mesma ideia vale para a classificação dos sabores! O que é doce? O que é azedo? Depende do referencial! Sabe quando a gente come um pedaço de bolo de chocolate e depois toma coca-cola e daí a coca-cola parece ruim e sem doce? Isso acontece porque o nosso paladar é relativo. Ele é sensível aos sabores aos quais a língua está acostumada e interpreta os gostos das coisas segundo essa comparação. O bolo de chocolate é muito doce, então, comparado a ele, a coca-cola parece quase amarga.

Foi pensando nisso que bolei uma saída para o problema do desejo por doces. Em vez de tentar desejar menos os doces, resolvi mudar o meu entendimento sobre o que é doce. Resolvi reeducar o meu paladar. Pra fazer isso foi preciso tempo, paciência e um pouco de radicalismo, mas funciona!

Primeiramente eu cortei os doces. Cortei mesmo, até os esporádicos. Por um tempo, acostumei minha língua apenas aos sabores salgados, amargos e azedos. De início eu não comia nem frutas, até porque não tinha o hábito mesmo. Não bebi nem sucos com adoçante pra não atrapalhar a reformulação do paladar. Com isso o meu conceito sobre o que é doce foi mudando. Na ausência de qualquer doce, depois de algum tempo, até a mínima doçura passou a ser interpretada por mim como algo doce. No início foi muito duro, não vou mentir, mas o resultado é que hoje eu como uma fatia de melão orange achando-o super doce, mamão maduro então é doooooce pra caramba. Frutas secas chegam a ser exageradas de tão doces. Assim eu não preciso mais de doces açucarados e chocolates pra matar a minha vontade. Quando eu quero um doce eu me delicio com uma manga, um caqui, uma goiaba, uvas... E olha que eu nunca fui fã de frutas. Isso aí eu consegui exercitando o paladar mesmo.

Outro dia tinha mousse de maracujá na sobremesa e eu resolvi comer uma colher. Fiquei meia hora dando conta de uma única colher de sopa de mousse, lambendo aos poucos igual um gato e achando aquilo a coisa mais doce do mundo. E olha que mousse de maracujá é até meio azedinho hein. Esse é o efeito de reeducar o paladar e tem sido ótimo pra mim. Me ajuda muitíssimo a me manter na linha da dieta e continuar meu projeto de emagrecimento.

Não vou dizer que é fácil, requer um esforço inicial significativo, mas o esforço posterior no dia-a-dia acaba sendo muito menor (principalmente na TPM), de forma que valeu muito a pena. Tem uma caixa de bombons aqui do meu lado nesse exato momento. Ela já está quase no fim, todo mundo que vem aqui come um bombom, e eu não comi nenhunzinho porque não sinto mais vontade. E cada vez que isso acontece eu me sinto ainda mais forte pra continuar na minha RA. É como um ciclo virtuoso. Vale a pena! J

Beijos a todas e boa RA!

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